quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Ceasa não impede abuso de agrotóxico

Fortaleza. Quarenta e um dias já se passaram desde a denúncia no Diário do Nordeste sobre a venda de produtos contaminados por agrotóxico e nenhuma barreira foi imposta pelo poder público. A reportagem do jornal foi feita a partir do resultado de exame do Nutec em verduras compradas na Ceasa. As medidas de controle sobre agentes contaminadores ainda se encontram apenas na vontade ou, quando muito, em ofícios burocráticos que não resultaram em medidas inibidoras concretas.


O descompasso entre o que foi prometido e o que não foi realizado é reconhecido pelo presidente da Centrais de Abastecimento do Ceará (Ceasa/CE), Antônio Reginaldo Moreira. Ele disse que desde a publicação da matéria, no dia 8 de dezembro passado, não manteve nenhum contato externo para tratar de medidas coibitivas ou inibidoras com relação à contaminação de hortifrutigranjeiros por defensivos agrícolas.




Um das medidas seria a instalação de um escritório da Agência de Defesa Agropecuária do Ceará (Adagri), que atuaria no controle e averiguação de comércio de produtos que apresentem substância tóxica proibida. Segundo Reginaldo, além de oferecer um espaço para o escritório, é interesse do órgão manter esse serviço, uma vez que as Centrais não tem capacidade para exercer investigações ou apurações nesse sentido. Enquanto isso, o presidente da Adagri, Augusto Júnior, disse, a expectativa é que o escritório passe a funcionar ainda este semestre. Por meio de sua Assessoria de Imprensa, informa que essa iniciativa está se esbarrando na falta de pessoal. Embora lembre que houve um concurso público recente, a destinação de pessoal aprovado está ainda sendo distribuída com outras demandas da SDA.




Outra ação é a que se desenvolve no Ministério Público. Desde o dia 15 de dezembro a reportagem tenta falar com o promotor de Justiça Fabrício Barbosa, da Promotoria de Justiça de Maracanaú, designado para acompanhar a apuração de denúncia sobre uso de agrotóxico proibido em produtos comercializados na Ceasa. Ainda esta semana, na segunda-feira passada e ontem, foram mantidos novos contatos com seu gabinete em Maracanaú, mas os funcionários informaram que se encontravam em reunião. A designação partiu da coordenadora do Centro de Apoio Operacional de Defesa do Meio Ambiente (Caomace), mantida pela Procuradoria Geral de Justiça (PGJ), Sheila Pintombeira, após denúncia do uso da substância ativa Clorpirifós, em tomates e pepinos, vendidos naquela Central.




Semace




Ainda na segunda-feira passada, a Semace multou empresa por descarte irregular de embalagens de agrotóxicos, no Sítio São Raimundo, no município de Limoeiro do Norte. Na ocasião, os fiscais ambientais da autarquia constataram a disposição inadequada em um terreno a céu aberto de, aproximadamente, 300 unidades de inseticidas entre cheias e vazias.




MARCUS PEIXOTO

REPÓRTER

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