Produção orgânica rende mais que convencional
- A produtividade nos dois sistemas é equivalente
- Em anos de seca a agricultura orgânica tem melhor desempenho
- Sistemas orgânicos recuperam a matéria orgânica dos solos
- Sistemas agrícolas convencionais produzem 40% mais gases de efeito estufa
Plantações orgânicas produzem o mesmo
rendimento em grãos em lavouras de milho e soja em relação às plantações
convencionais, mas utilizam 30 por cento menos energia, menos água e
nenhum pesticida. Esta é a conclusão de um estudo que durou nada menos
do que 22 anos, conduzido pelo professor David Pimentel, da Universidade
de Cornell, Estados Unidos.
“Lavouras orgânicas oferecem vantagens
reais em plantações de milho e soja,” afirma o pesquisador em um artigo
publicado no exemplar de Julho da revista Bioscience. O estudo compara a
plantação orgânica com a plantação convencional de lavouras de soja e
milho em termos de seus custos e benefícios ambientais, energéticos e
econômicos.
“O cultivo orgânico desses grãos não
apenas utiliza uma média de 30 por cento menos energia fóssil, mas
também conserva mais água no solo, induz menos erosão, mantém a
qualidade do solo e conserva mais recursos biológicos do que a
agricultura convencional,” afirma Pimentel.
O experimento de 22 anos, intitulado “Rodale Institute Farming Systems Trial“,
comparou uma fazenda convencional, que utiliza aplicações de
fertilizantes e pesticidas recomendados por especialistas, com uma
fazenda que utiliza esterco animal como adubo e outra, que cultiva
legumes orgânicos e utiliza uma rotação de três anos de ervilha/milho e
centeio/soja e trigo. Os dois sistemas orgânicos não receberam nenhum
tipo de pesticida ou fertilizante químico.
A pesquisa comparou a atividade de
fungos no solo, rendimento em grãos, eficiência energética, custos,
alterações da matéria orgânica ao longo do tempo, acumulação de
nitrogênio e lixiviação de nitratos dos dois sistemas de cultivo
“Primeiro e mais importante, nós
descobrimos que o rendimento do milho e da soja foram os mesmos nos três
sistemas,” afirmou Pimentel, acentuando que, embora o rendimento do
milho orgânico tenha sido de apenas um terço do convencional durante os
quatro primeiros anos do estudo, ao longo do tempo os sistemas orgânicos
produziram mais, especialmente sob condições de seca
A razão para esse maior rendimento da
agricultura orgânica é que a erosão do vento e da água degradou o solo
na fazenda convencional, enquanto que o solo das fazendas orgânicas
melhorou continuamente em termos de matéria orgânica, umidade, atividade
microbiana e outros indicadores de qualidade do solo.
O fato de que os sistemas de
agricultura orgânica absorvem e retêm quantidades significativas de
carbono no solo também tem implicações para o aquecimento global, afirma
o professor, destacando que o carbono no solo das fazendas orgânicas
aumentou de 15 para 28 por cento, o equivalente à captura de 1.500
quilos de dióxido de carbono do ar por hectare plantado.
Fonte: Redação do Site Inovação Tecnológica (via pratoslimpos.org.br)
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